Páginas

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O significado da cabeça de um mouro na heráldica

A cabeça decaptitada de um mouro é utilizada na heraldica desde o século XIII. O emblema tem conecções com as cruzadas, associando essas famílias com vitórias sobre os mouros.
O símbolo também tem conexão com a dinastia dos Hohenstaufan, a qual governou o Sacro Império Romano Germanico de 1138 até 1254. A dominação pela dinastia dos Hohenstaufen na Sicília teve início com um matrimônio de Estado entre Henrique VI e Constança de Altavilla, filha de Rogério II da Sicília, em 1185.

O imperador Henrique IV mantinha criados africanos negros. Consequentemente, seu filho, Frederico II (1194-1250), que era rei da Sicilia, demonstrava grande interesse nos Muçulmanos negros que permaneceram na Sicilia após a ilha ter voltado ao domínio cristão em 1061. Ele estabeleceu um enclave desses muçulmanos ao lado do seu palácio em Lucera na Itália, e recrutou seus músicos e guarda pessoal dessas comunidades.

Uma explicação para ele ter adotado africanos muçulmanos como seus criados era a sua pretenção de ser visto como um dominador do mundo. A presença dos negros simbolizaria a extenção do seu poder e faria uma relação aos domínios do império romano. Famílias nobres sicilianas teriam adotado a cabeça de um mouro em seu brasão em associação com a dinastia Hohenstaufan.




No século XV, um mouro, com a cabeça coroada ou ocasianalmente de corpo inteiro era comumente encontrado na heráltica alemã. Ainda nesta época, o símbolo se espalhou por quase toda europa como um símbolo heráldico.


No século XVI, a cabeça de um mouro era um símbolo relativamente comum na heráldica européia. Na itália o símbolo era usado especialmente por famílias no norte e no centro da península itálica. Sendo as primeiras aparições encontradas no século XI. Utilizado por famílias como Saraceni of Siena, Morandi de Genoa, Morese de Bologna, Negri de Vicenza e Pagani di Saluzzo. O que sugere que o símbolo era utilizado em referência a similaridade dos nomes com as palavras mouro, saraceno, pagão e negro. No entanto aparece também em brazões de outras famílias contemporâneas, como por exemplo Pucci.

O mouro na arte italiana geralmente é retratado decaptado com os olhos vendado por um pano branco. Diferentemente, na Alemanha, os mouros eram retratados decaptados e usando uma coroa e representariam a vitória sobre os mouros durante as cruzadas. Essas famílias teriam adquirido seus nomes de ancestrais cruzados.


Um exemplo da utilização deste símbolo em heraltica alemã nos dias atuais é o brasão da Sua Santidade, papa Bento XVI.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Brasão da Família Ciulla

Descobri uma relação do Brasão da Família Ciulla com a bandeira da Sardenha.

As tres cabeças mouras cortadas que aparecem no brasão da nossa família também aparecem na bandeira da Sardenha. A Sardenha é uma ilha do Mar Mediterrâneo ocidental situada a oeste da Península Itálica e sul da Córsega. Desde 28 de fevereiro de 1948 que administrativamente é uma região italiana autônoma.

A bandeira da Sardegna traz uma cruz de São Jorge sobre fundo branco e uma cabeça. São Jorge foi, de acordo com a tradição, um padre e soldado romano no exército do imperador Diocleciano, venerado como mártir cristão. Sua presença na bandeira provavelmente se deve ao seu vínculo com as batalhas. Muitas vezes as vitórias em batalhas eram creditadas a ele.



Quanto as cabeças cortadas e vendadas. De acordo com a tradição espanhola, este simbolo foi criado em comemoração a vitória na batalha de Alcoraz pelo rei Pedro I de Aragão e Navarro em 1096, onde as 4 cabeças simbolizam os arabes derrotados. A tradição sadegna conta que a origem do símbolo data de 1017 e que foi uma estandarte dado pelo Papa Benetito II quando ele convocou a província de Pisa a ajudar a Sardenha na guerra contra os sarracenos liderados por Mujahid al Amiri.


Vou continuar com as minhas pesquisas e assim que eu tiver mais informações eu posto aqui no Blog.